18.8.05

*fluidez estática*

nem como pão nem gosto de gema de ovo
talvez por isso eu suspire ainda. talvez.

16.8.05

eu não sei quem destruiu mais o meu cérebro;
julio, foucault ou o cara que gostava de oswaldo montenegro
e nem assim consegue o meu desprezo.

7.8.05

Nur Was Nicht Ist

"ANDREW UNRUH: O logotipo da banda veio do Blixa. (...)
FM EINHEIT: A cabeça do boneco Neubauten simboliza o Sol. Em "Kalte Sterne", há lá um Sol. O símbolo dos Neubauten mostra um ser humano muito poderoso.
FRITZ BRINCKMANN: Curiosamente, dez ou doze anos depois, o meu pai conseguiu, após algumas visitas à biblioteca pública bávara, determinar exactamente a caverna mexicana onde estava esta pintura rupestre. Durante bastante tempo, quis muito fazer uma sessão fotográfica com os Neubauten naquela caverna. Mas para chegar lá é preciso ter alguma técnica alpinista, o que não é tão fácil assim. "


(Trecho de "Nur Was Nicht Ist, Ist Möglich / No Beauty Without Danger", de Max Dax e Robert Defcon, recentemente publicada através de edição limitada disponível no site do grupo. )

6.8.05

mudando o som ambiente

"e se um dia eu tiver alguém com bastante amor pra me dar,
não precisa sobrenome pois é o amor que faz o homem..."

gal em meu nome é gal de sessenta e nove.

4.8.05

essa música dói

I hold this letter in my hand A plea, a petition, a kind of prayer I hope it does as I have planned Losing her again is more than I can bear I kiss the cold, white envelope I press my lips against her name Two hundred words. We live in hope The sky hangs heavy with rain Love Letter Love Letter Go get her Go get her Love Letter Love Letter Go tell her Go tell her A wicked wind whips up the hill A handful of hopeful words I love her and I always will The sky is ready to burst Said something I did not mean to say Said something I did not mean to say Said something I did not mean to say It all came out the wrong way Love Letter Love letter Go get her Go get her Love Letter Love letter Go tell her Go tell her Rain your kisses down upon me Rain your kisses down in storms And for all who'll come before me In your slowly fading forms I'm going out of my mind Will leave me standing in The rain with a letter and a prayer Whispered on the wind Come back to me Come back to me O baby please come back to me.
hoje eu poderia ter ido ao cinema com a renata
hoje eu poderia ter saído com a andréa
hoje eu deveria ter ido à faculdade

e eu não consegui sair de casa.

a musa do coletivo

hoje ao meu lado sentou um senhor muito velhinho. velhinho mesmo, desses que passam dos noventa, arcadinhos. terno cinza, boina e bengala. sentou ao meu lado sussurrando licença. abri o olho direito, sonolenta e sorri amarelo. dormi, como sempre durmo nos onibus. quando desci, também pedi licença e agradeci, assim automatico fazendo a linha educada. o velhinho entortou as pernas pro lado, liberou a passagem e sorriu paternalmente. quando eu passei me chamou de gostosa.

2.8.05

as coisas ao nosso redor viram poeira e a gente demora para se dar conta.

e a frase martelou minha cabeça durante todo o resto do percurso. alguns pontos das nossas conversas sempre viram eco na minha cabeça. as vezes penso que estou ouvindo minha própria boca, as vezes acho que é demais para mim. me desconfortei, e percebi-me a pé consolação abaixo com frio pensando na minha vida cheirando a éter. ando muito vulnerável e isso não é segredo. nem eu conseguiria que fosse. em parte acho que a febre diária ajuda evaporar os sentido mais rápido. uma hora só vai sobrar mesmo a angústia e aí não vai dar mais pra fingir nada não senhora. até então tô indo até que bem sim. passei invisível por um bando de pivetes cheirando cola e urina, travestis da rego freitas e até esqueci minhas pernas. mas as coisas continuam martelando na minha cabeça.