28.12.06


a chuva fluminense é mais melancólica que a chuva paulista... mesmo quando em boa companhia. o verde do morro ao lado não combina com o azul anuviado emoldurado pela janela de alumínio sem persianas. frio intenso. a decoração vermelha do meu quarto parece tão sem sentido quanto o coração de pelúcia. tomo café extra forte em xícaras grandes junto com doses cavalares de paracetamol. eu não deveria precisar de nada disso mas minhas fraturas agudam e o pensamento não pára. olho meu pé arroxeado contrastando com o tapete branco e faço piadas sem graça sobre etiquetas de necroterio. umidade. ganho um sorriso e um abraço. uma tentativa de conforto inútil mas que faz querer quebrar o corpo todo mas pulso já não me deixa ouvir mais nada.