2.8.05

as coisas ao nosso redor viram poeira e a gente demora para se dar conta.

e a frase martelou minha cabeça durante todo o resto do percurso. alguns pontos das nossas conversas sempre viram eco na minha cabeça. as vezes penso que estou ouvindo minha própria boca, as vezes acho que é demais para mim. me desconfortei, e percebi-me a pé consolação abaixo com frio pensando na minha vida cheirando a éter. ando muito vulnerável e isso não é segredo. nem eu conseguiria que fosse. em parte acho que a febre diária ajuda evaporar os sentido mais rápido. uma hora só vai sobrar mesmo a angústia e aí não vai dar mais pra fingir nada não senhora. até então tô indo até que bem sim. passei invisível por um bando de pivetes cheirando cola e urina, travestis da rego freitas e até esqueci minhas pernas. mas as coisas continuam martelando na minha cabeça.